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    23 de dezembro de 2010

    Mortandade das palmeiras imperiais de Marabá

    As Palmeiras Imperiais chamam a atenção pela altura e disposição dos galhos, No Brasil o primeiro exemplar de Roystonea oleracea, a Palma Mater, foi plantada no Jardim Botânico do Rio de Janeiro pelo príncipe regente D. João VI, em 1809. 

    Em Marabá as Palmeiras Imperiais chegaram aproximadamente há dez anos com o objetivo de embelezar e purificar o centro urbano. Mas nem tudo é belo, o que se vê hoje pelas ruas são essas espécies raras e por isso “caras” morrendo sem que nada seja feito para conter o problema. 

    O MEPA (Movimento Educacional de Preservação da Amazônia) procurou a Secretaria de Meio Ambiente de Marabá e informou a situação, os técnicos da secretaria disseram apenas que sabiam do problema, mas não tinham como fazer nada. 

    O MEPA foi além, dessa vez, procurou o núcleo de agronomia da UFPA em Marabá e lá obteve a seguinte explicação do coordenador do núcleo:

    Prof° Dr. Walter Jr.
    Este diagnóstico partiu do convite da ONG Movimento Educacional de Preservação da Amazônia (MEPA) que solicitou um parecer diante da mortalidade de algumas palmeiras imperiais localizadas na rodovia Transamazônica, logo após a ponte do rio Itacaiúnas, Bairro Cidade Nova, Marabá-PA, em resposta a mortandade das árvores e para esclarecimento à sociedade deste fato.

    As árvores apresentam amarelecimento, bem como algumas folhas secas e algumas árvores mortas. Este sintoma é característico de uma doença chamada Anel vermelho causada por um nematóide chamado Rhadinaphelenchus cocophilus. Trata-se de um verme microscópico que afeta diversas espécies de palmeiras, causando esta doença que é letal para esta família botânica. Não existe tratamento eficaz ou recomendado para o tratamento das árvores infectadas, isto é uma planta doente será em alguns meses morta pela doença. Esta doença pode ocorrer naturalmente através do contato das raízes das plantas com o solo contaminado com o nematóide, mas a forma mais comum de disseminação da doença é através de um inseto vetor, conhecido como Rhynchophorus palmarum L. (Coleoptera: Curculionidae), vulgarmente chamado de Broca das palmáceas, broca do olho do coqueiro. As medidas de controle desta doença se baseiam no controle deste inseto. Vale salientar que as arvores implantadas nesta área que apresentam sintomas da doença devem ser eliminadas pois servem de fonte de inoculo, isto é, o vetor vai se contaminar com o nematóide e passará a doença para árvores sadias. Também é bom esclarecer que o controle do inseto vetor nesta área é muito difícil, pois algumas palmeiras como o Babaçuzeiro, Açaizaeiro presentes em grande número nas áreas ao redor são hospedeiras do besouro vetor da doença, o que dificulta o controle do mesmo e a ocorrência freqüente deste inseto no local. Como medida para reparo paisagístico da área, recomendo o plantio de novas espécies como mogno, ipês etc., pois a substituição das palmeiras imperiais mortas por outras da mesma espécie acarretará novas morte e prejuízos econômicos.  

    DESCRIÇÃO E SINTOMATOLOGIA

    Rod. Transamazônica - Cidade Nova
    A doença conhecida como anel vermelho é causada por um nematóide conhecido cientificamente por Rhadinaphelenchus cocophilus, é um microorganismo com, aproximadamente um milímetro de comprimento, de corpo alongado e transparente, só sendo visualizado com o auxílio de uma lupa. Este parasita desenvolve-se dentro do tecido vegetal e alimenta-se do conteúdo celular das plantas hospedeiras. Trata-se de uma doença letal para as diversas espécies de palmeiras, sendo importante na área agrícola na cultura do coqueiro e do dendezeiro. Na área paisagística essa doença vem assumindo grande importância econômica causando mortalidade de árvores, principalmente em palmeiras imperiais, gerando custos elevados para substituição das plantas doentes ou perda da finalidade de arborização das árvores mortas.

    O nematóide ataca o floema (vaso condutor), impedindo que a seiva elaborada, proveniente da fotossíntese, chegue até às raízes, o ataque deste verme compromete a translocação da seiva e os vasos condutores assumem a coloração vermelha, as plantas infectadas pelo anel vermelho apresentam sintomas externos, reconhecidos pelo amarelamento das folhas basais (mais velhas). Posteriormente as folhas mais novas (centrais) secam e quebram, causando a perda da copa das árvores e consequentemente a sua morte. De forma prática, a comprovação desta doença pode ser feita através do corte transversal na base do caule da planta morta onde se observa-se a presença de um anel vermelho, sintoma que dá nome a doença.

    MODO DE TRANSMISSÃO

    O anel vermelho é uma doença de ocorrência natural, onde a infecção das plantas ocorre pelas raízes quando em contato com o solo contaminado pelo nematóide, mas a principal forma de disseminação da doença é através de um inseto vetor. Esse inseto chamado de Broca do olho do coqueiro, Bicudo das Palmáceas é um besouro cujo nome científico é Rhynchophorus palmarum L. (Coleoptera: Curculionidae) considerado uma praga chave na cultura do coqueiro e dendezeiro.


    CONTROLE DA DOENÇA

    Por se tratar de uma doença letal para palmeiras em geral, isto é uma planta doente não será recuperada. As medidas de controle integram diversas estratégias se baseando no controle do inseto vetor. Estas medidas são:
     
    CONTROLE CULTURAL:
    (práticas que podemos realizar para diminuir ou eliminar a disseminação da doença)

    • Eliminar plantas mortas pela ação da praga ou da doença “anel vermelho”.
    • Queimar ou enterrar palmeiras erradicadas, visando evitar a atração dos besouros ao local.
    • Evitar ferimentos nas plantas sadias durante os tratos culturais e a colheita.
    • Pincelar ferimentos da planta com piche ou inseticida.
     
    CONTROLE MECÂNICO
    • Coletar e destruir larvas, pupas e adultos encontrados nas plantas mortas
    CONTROLE BIOLÓGICO

    Consiste na utilização de inimigos naturais (predadores, parasitóides e patógenos) que diminuem a população do inseto vetor. O controle biológico para o R. palmarum ocorre naturalmente, e algumas pesquisas investigam a utilização de fungo que parasitam este inseto, destacando-se as espécies Beauveria bassiana e Metharizium anisopliae no controle do besouro adulto.

     CONTROLE COMPORTAMENTAL (VETOR)

    O besouro R. palmarum apresenta o comportamento de atração por material vegetal em fermentação (decomposição). Com isso, o uso de armadilhas para captura deste inseto é uma estratégia promissora  no combate à disseminação da doença anel vermelho.
     
    Autor da Pesquisa: Prof. Walter Santos Evangelista Júnior (Universidade Federal do Pará)
    Engenheiro Agrônomo (Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE)
    Mestre em Fitossanidade (UFRPE)
    Doutor em Entomologia (Universidade Federal de Viçosa- MG)

    Matéria cedida pelo MEPA.

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